Poema inédito de Lorenzo Patàro com tradução minha. Este poema circulou nas redes num muito bem concebido clip, contudo - e porque estas publicações têm apenas a finalidade da divulgação e não quaisquer intuitos comerciais -, todo este material será imediatamente removido caso os seus herdeiros assim mo façam saber.:
.
.
estamos aqui, agora
neste momento
neste século
deste milénio
estamos aqui e é estranho
este ser-se
este estar todos os dias
cada vez mais alheios ao mistério
e, no entanto, ainda vivos
apesar de tantos medos
de guerras, dos mortos
que se acumulam nas horas
esperando que no final
prevaleça a luz
que escolhemos
habitar na vida
o pouco de bem
que possamos fazer ao Outro
estamos aqui e é como
se aqui tivéssemos estado sempre
dando por contado que
no final de todas as noites
permaneceremos
crendo-nos eternos enquanto vivemos
então talvez o que conte
seja dar a estes anos
qualquer coisa que permaneça
para todos os potenciais
passageiros do futuro
um pouco do nosso ardor
qualquer coisa que valha a pena recordar
e não viver no tempo
como algo inexaurível
e infinito
deixar um rasto benévolo
da passagem àqueles que virão
qualquer coisa que permita
a este ar
e a este céu que permaneçam
qualquer coisa que faça bendizer
este nosso furor
com que nos amamos
como recém-nascidos
no colo da mãe
.
.
*-*-*
.
.
siamo qui, adesso
in questo istante
in questo secolo
di questo millennio
siamo qui ed è strano
questo esseri
questo stare ogni giorno
piú ignnari del mistero
eppuere ancora vivi
nonostante le paure
le guerre, le morti
che affollano le ore
sperando che alla fine
prevalga la luce
che sceglamo
di abitare nella vita
quel poco di buono
che possiamo fare all’ Altro
siamo qui ed è come
se ci fossimo da sempre
dando per scontato che
alla fine di ogni notte
resteremo
credendoci eterni finché vivi
allora forse ciò che conta
é dare a questi anni
qualcosa che resti
a tutti i potenziali
passeggeri del futuro
un po’ del nostro ardore
qualcosa che valga
la pena ricordare
e non vivere nel tempo
come fosse inesauribile
e infinito
lasciare un’ orma buona
del passaggio a chi verrà
qualcosa che permetta
a questa aria
e a questo cielo di restare
qulcosa cha faccia benedire
questo nostro furore
in cui ci amiamo
come
cuccioli
nel caldo della madre
.
.