domingo, 31 de março de 2019
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Vasculhamos as suas páginas e a dor que delas exuma. Com Cioran
aprendemos a perguntar: não será a verdadeira vertigem a ausência
da loucura?
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Amar é já uma espécie de despedida.
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A futilidade de tudo, jogo inútil, uma dança obsessiva de antíteses
igualmente desprovidas de sentido. Um tudo-nada, frivolamente
defunto.
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A acreditarmos na felicidade só o poderíamos fazer se a
considerássemos como uma distracção ou uma traição imperdoável,
um magnífico ultraje que encobre o alcance da nossa cobardia:
"Somos todos farsantes: sobrevivemos aos nossos proble-
mas ( Silogismos da Amargura : 21).
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Soeiro, Ricardo Gil. Volúpia do Desastre, Notas soltas para Cioran". Fafe: Editora Labirinto, 2019, p 34.
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