sábado, 22 de junho de 2019


Serguei Essénine (21/9/1895-28/12/1925) é juntamente com Brodsky, Akhmatova, Pasternak, Blok, Mandelstam, Maiakovkski e Tsvetaeva, um dos maiores poetas russos de todos os tempos. Em apenas quinze anos (1910-1925) escreveu toda a sua vasta e fabulosa obra literária. A sua vida social, política e afetiva foi igualmente voraz e cheia: tanto o podemos ver recitando os seus versos para a czarina Alexandra (nos últimos tempos do Império) como logo o veremos integrado no grupo dos socialistas revolucionários. A sua vida afetiva e social foi também recheada de escândalos, bebedeiras e detenções, que talvez tivesse o seu quê de vantajoso para a divulgação de si enquanto génio. Da grande quantidade de relacionamentos afetivos que teve, foram os mais importantes: Zinalda Raikh, a sua primeira mulher e mãe dos seus filhos; a grande Isadora Duncan, mais velha do que ele 18 anos e com quem viajou pela Europa e EUA: o poeta Anatoli Marienhof e Sophie Tolstoi, neta de Leon Tolstoi e sua última mulher. Estes relacionamentos nem sempre foram fáceis - exemplos: o divórcio com Isadora Duncan foi por correspondência; a relação mais duradoira que teve foi com o poeta Marienhof, que, contudo, não durou mais do que três anos e soçobrou no outono de 1923, apesar de ter dedicado ao seu par alguns dos seus poemas. O relacionamento de Essénine, com os seus escândalos, as suas bebedeiras, as suas rixas, tornaram-no incómodo para a nova Rússia comunista, acrescentando-se ainda o facto de ele não esconder o seu antissemitismo, quando se sabia já que um dos seus maiores amigos havia sido preso e imediatamente fuzilado por pertencer a um grupo fascista. No dia 28 de dezembro de 1925, algum tempo após ter regressado de um internamento de desintoxicação de alcoolismo.  Essénine é encontrado enforcado no seu quarto, a tese de suicídio de alguém tão incómodo é hoje contestada pela hipótese de assassinato na Rússia de Estaline, contudo, a 31 de dezembro são-lhe feitas grandiosas cerimónias fúnebres a expensas do governo e o corpo de Essénine foi deposto no cemitério de Vagankovo, em Moscovo. Da sua obra, geralmente dividida em quatro grandes fases, segue-se o poema Houligan  pertencente à 3ª fase, que engloba toda a produção que vai do imaginismo de 1919 até ao regresso da sua viagem ao ocidente em 1923. 
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