A raiz das árvores está cercada por urtigas de plástico,
a junta de freguesia cavou-lhes nervuras, manualmente,
queimaram a vegetação insurrecta com um fósforo de cera,
O dono do café fechou a esplanada,
a árvore pública passou a ser privada de água,
quase os cães já não lhe mijam,
foram extintas as flautas de pã dos amoladores de bairro
já sem melodia, sem furos e sem vento.
.
.
Ferra, António.
ente. Lisboa: Edição do Autor, 2020.
.
.
.