Suicidar-se a Oriente
para quem vive um sonho de arquipélagos
E repetimos erros como
pedras
as pegadas do vento as
águas agitadas
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não importa mais o ruído
das cordas
não importa a dor que
transportamos
virá o dia em que seremos recordados,
mas hoje a engrenagem arrasta-nos
e sabe-se que não podemos
voltar atrás
liberta-me e grava-me,
agora, com as tuas mãos
colherás os restos, a
poesia que se esfiapa
começa a soçobrar, a
começar a soçobrar, ama
a condensação da espécie,
o indivíduo que se dissipa
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assim viemos sós,
arrastados,
engrenagem que roda
desmedidamente
erros como pedras não
apagam
os teus passos e repetimos, repetimos.
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Ottonello, Francesco. Isola Aperta. Latiano: Interno Poesia, 2020, p 72 (Tradução de Victor Oliveira Mateus).
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