Este pássaro de silêncio
Dorme em mim
este pássaro de silêncio,
na minha pele,
na minha roupa,
nos meus sapatos sem destino.
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Dorme em mim, sem saber
que o mundo conhece
as suas pegadas que estão no vento.
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O meu voo vertical
salva o final de todos os sonhos,
os que não pude viver
quando ainda era possível.
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Espero aproximar-me do mar,
como um marinheiro que se perde.
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Neste tempo incerto,
invento um poema novo,
um poema que me salva do sonho.
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Stefania Di Leo. Falemos até a luz se apagar. Fafe: Editora Labirinto, 2023, p 59 (Tradução de Orlando Jorge Figueiredo; Prólogo de Nuno Júdice).
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