sábado, 30 de novembro de 2024


(...)
nunca mais teremos
    o enlace das rosas
brancas


porque os campos
    indefesos
renunciaram à lividez
da terra impudica


e as águas
    piedosas
fugiram para lá
das fontes


e nós   meu amor
haveremos de plantar
rosas


no terraço


do nosso
desassossego


hás de voltar à planície
da pulsação solar


quando as horas forem os rios
da nossa alvorada


e quando as ervas puderem ungir
    a pele
esmagada pela sede


meu amor


hás de voltar
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  Ângela de Almeida. A Janela de Matisse. Ponta Delgada: Nona Poesia, 2024, pp 68-69.
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