(...)
nunca mais teremos
o enlace das rosas
brancas
porque os campos
indefesos
renunciaram à lividez
da terra impudica
e as águas
piedosas
fugiram para lá
das fontes
e nós meu amor
haveremos de plantar
rosas
no terraço
do nosso
desassossego
hás de voltar à planície
da pulsação solar
quando as horas forem os rios
da nossa alvorada
e quando as ervas puderem ungir
a pele
esmagada pela sede
meu amor
hás de voltar
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Ângela de Almeida. A Janela de Matisse. Ponta Delgada: Nona Poesia, 2024, pp 68-69.
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