sábado, 27 de junho de 2020


CURVAVAM LONGE OS BRAÇOS DESSE ABANDONO
E nada mais podia sacudir a terra, eira negra
Não saber o curso da estrela, talvez
Não saber o curso da estrela.
Tão pequena luz no céu recolhida
Que a gente nem sabe o nome, mas confia
Pode ser um lugar para nós, pode ser.
Recordas a paz do Verão e as letras cantadas
Esse país imaginado nos colos da fantasia
Gelados e fuligens para situar o amor.
Nada mais mexia a terra de que nos falavam,
Mas valia a urgência dessa frase começada
A brincadeira nas figuras, velhos bailados
Para começar o corpo, apagado tambor.
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   Machado, Hugo Milhanas, Estrela Tambor. Fafe: Editora Labirinto,  2020, p 37.
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