sábado, 24 de abril de 2021


 No dia 25 de abril de 2021 estarei presente nesta Ação Literária emitida a partir da Argentina com autores de vários países: 18:00H hora de Buenos Aires, 22:00H hora de Lisboa.
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 Hoje, dia 24 de abril de 2021, pelas 16:00H hora de Portugal, uma sessão literária Pela Liberdade com autores de vários países. Agradeço à Organização o ter-me convidado.
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sexta-feira, 23 de abril de 2021


Na minha juventude
apaixonavam-me a beleza e a inteligência.
Agora, já mais maduro, apaixona-me a bondade.

Se alguém que junte a bondade e a beleza
eu me prostrarei a seus pés. Assim foi Diotima.

Nos meus sonhos de nos isolarmos e vivermos juntos
longe de todos, um dia arquitectei a nossa moradia.


  Manuel Silva-Terra. Holderlin. S/c: Editora Licorne, 2021, p 40 (Prefácio de Isabel Aguiar). 
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sábado, 17 de abril de 2021


 O Instituto Cervantes, através da sua delegação de Nápoles, organiza, por zoom, no próximo dia 21, pelas 16:30H hora de Itália, 15:30H hora de Portugal, uma Sessão de Leitura Partilhada dedicada à obra da poetisa chilena e Prémio Nobel, Gabriela Mistral. Essa sessão, na qual me incluirei, terá a colaboração de autores de vários países.

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segunda-feira, 12 de abril de 2021


Estarei longe das serras eléctricas dos homens
só e soberana. Por enquanto sou um sonho
concentrado em ser "Eu" fora de mim
ser fruto e abrigo para as aves.

Tudo o que está em estado nascente é poético
mas também o que está em estado poente o é.
Tudo o que se desvanece evanesce.

Cansado pelo longo caminho de pedras e cardos
tinha as botas gastas e os pés quase nus em ferida
quando um gato me saltou em frente
velho, era só pele e osso, arranhado em chagas vivas.

Debrucei-me sobre ele. Era afinal uma gata.
Os olhos claros eram ainda belos
beijei-a na boca e ambos nos salvámos.

Não tínhamos ainda chegado ao fim do caminho.


  Manuel Silva-Terra. Holderlin. S/c.: Editora Licorne, 2021, pp 32-33 (Prefácio de Isabel Aguiar).
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segunda-feira, 5 de abril de 2021


                           Telescópio


Há um momento após desviares o olhar
em que te esqueces de onde estás
pois tens vivido, parece,
noutro lado, no silêncio do céu nocturno.

Deixaste de estar aqui no mundo.
Estás num lugar diferente,
um lugar onde a vida humana não tem sentido.

Não és uma criatura num corpo.
Existes como as estrelas existem,
participando na sua quietude, na sua imensidão.

Até que voltas a estar no mundo.
De noite, numa colina fria,
a desmontar o telescópio.

Só depois percebes
que não é falsa a imagem
mas a relação.

Vês de novo como cada coisa
fica tão longe de todas as outras.


  Louise Gluck. Averno. Lisboa: Relógio D' Água Editores, 2020, p 125 (Tradução de Inês Dias).
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