domingo, 27 de junho de 2021

Outra versão do mesmo soneto.


                 XLIII


Como gosto de ti? Deixa contar
Os modos. Com a altura, a extensão,
E a largueza da alma, quando vão
Seus desejos o Bem a procurar.

Amo-te simplesmente, como o ar
Que respiras. Ao sol, na escuridão.
Com a audácia de um livre coração;
Co'o o pudor que a lisonja faz calar.

Amo-te co'o desejo, com a ânsia
Que na dor tive; com a fé da infância;
Com esse amor que sempre cri perder,

Perdendo os meus. Amo-te sempre: andando,
Chorando, rindo, lendo, respirando...
E hei-de amar-te melhor, quando morrer.


   Elizabeth Barrett Browning. Sonetos Portugueses. Lisboa: Relógio D'Água Editores, S/d., p 97 (Prefácio e Tradução de Manuel Corrêa de Barros).
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