E os primeiros aromas saem no fumo da chaminé.
Cheira a pinha queimada
cheira a urze e a mel.
Espreito pela vidraça, a primeira a contar do lado direito
da cozinha,
que virada a nascente
reproduz fielmente o amanhecer.
E vejo a mesa larga coberta com uma toalha já cansada e gasta.
Sobre a mesa
o meu
pão quente a fumegar
um pratinho de azeita e
o leite a escaldar com a fervura da manhã.
Um suco púrpura dos bagos da romã escorre pela toalha.
E os frutos secos espalham-se em sementeira.
Uma abelha impaciente sobrevoa o festim.
E ouvem-se na Casa as primeiras vozes da manhã.
Teresa Alvarez. Curta Metragem. Fafe: Editora Labirinto, 2020, p 35.
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