Não regresses do teu naufrágio,
tenho pedras no coração e uma neblina nos olhos
que me ofusca a memória.
Não regresses do teu naufrágio,
as palavras morreram onde as cotovias
procuravam amoras, framboesas e poemas de lume.
Não regresses do teu naufrágio,
os barcos atravessaram o sol, os bosques estão em silêncio,
o teu nome foi escrito nos lábios do vento.
Luís Aguiar. No regaço da madrugada. Fafe: Editora Labirinto, 2022, p 25.
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