terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

A Poesia de Alfredo Pérez Alencart foi publicada na Revista Oresteia no dia 19 de junho de 2022.

 Querencia

Somos respiración del tiempo
o voces oídas por el árbol más alto de la tierra.
No sombras, no fronteras;
secreta purificación dentro del poderoso vacío
de tu imagen con mi imagen,
allí donde la vida nunca se agrieta
si dejo de mirar tu sonrisa
o el corazón que se llevaron los remolcadores.

Sé que refulges en la llama de mi mirada,
pues eres luz amarrada a mi cuerpo
lleno de palabras para la noche del existir
junto a ti, ya devueltos al origen,
música hablando de nosotros,
orquídeas mejorando su color si te nombro.
No inviernos, no otoños;
querencia muy afirmada alrededor del río
y los pájaros del trópico y la meseta.

Somos respiración del tiempo, princesa,
y es normal esta querencia, esta desnudez perfecta
que se acompaña con el canto de los ángeles,
mientras Dios nos abre su ventana.

***

Dedicação

Somos o sopro do tempo
ou vozes escutadas pela árvore mais alta da terra.
Não sombras, não fronteiras;
secreta purificação dentro do pungente vazio
da tua imagem com a minha,
ali, onde a vida nunca se anula
se deixo de ver o teu sorriso
ou o coração que os rebocadores arrastaram.

Sei que refulges no brilho do meu olhar,
pois és luz agarrada ao meu corpo
repleto de palavras para a noite de existir
junto a ti, regressados já à origem,
música falando de nós,
orquídeas aperfeiçoando a sua cor se digo o teu nome.
Não invernos, não outonos;
dedicação bem confirmada ao redor do rio
e dos pássaros dos trópicos e da meseta.

Somos o sopro do tempo, princesa,
e é normal esta dedicação, esta nudez perfeita
acompanhada pelo canto dos anjos,
enquanto Deus nos abre a sua janela.


Ardo, y es por ti

Ardo, y es por ti.

Tú fuiste la llama
que me dejó iluminado
para siempre,

pues sigues estando aquí
y en mi cuerpo
conservo todo cuanto
me diste,

y ya no me duele
el corazón ni me aflige
el desamparo.

Rozando mi piel,
sabes regresar.

***

Ardo, e é por ti

Ardo, e é por ti.

Tu foste a chama
que me deixou iluminado
para sempre,

pois continuas aqui
e no meu corpo
conservo tudo quanto
me deste,

e já não me dói
o coração nem o desamparo
me aflige.

Rasando a minha pele,
sabes regressar.

Tradução de Victor Oliveira Mateus