Três poemas inéditos
Sucede, no outono, cortar o anelar esquerdo
criar raízes, sem líquidos, debaixo da pele. Como em casa
sucede descobrir o corpo por todo o lado
semienterrado, ser meio
equinócio privado de raios – há
no estar aqui ainda obscuridade
o sopro que enxuga
o leito
há quem se habitue à antecâmara
da culpa e, com audácia, já pensas
que colheita, vindimo o túmulo.
*
Teria preferido acolher a sombra
no centro, são todas as tuas cartilagens
hostis em uma língua mais familiar
que desconheço. Óikos
dizem aqui além-túmulo
que almejaríamos, como algo
por confinar-se mais do que o ínterior: ainda
produz a doença dos sinais…. ….
nada de bárbaro ou sintético
ao daqui do limiar quem é… quem é
que bate? …… – se o bater é sempre
o mesmo ao limiar, aos indícios,
aos ossos refeitos ossos
em qualquer língua.
*
Prometeste-me. Estase.
Em meados de setembro e logo
Eu ainda não estava. És mais do que um mês
era – isso sim
retorno do qual não estás voltando
setembro – ab origine
juro por todo o peso do caminho.
¨¨
TRE POESIE INEDITE
Capita, in autunno, di recidere l’anulare sinistro
di radicarsi senza liquidi sottopelle. Come a casa
capita di scoprire il corpo ovunque
seminterrato, l’essere mezzo
equinozio privo di raggio – c’è
nell’essere qui ancora buio
il fiato che essicca
la doga
c’è chi si abitua all’anticamera
della colpa e senza lingua già pensi
che annata, vendemmio il tumulo.
*
Avrei voluto ospitare l’ombra
al centro, è ogni tua cartilagine
ostile in una lingua più familiare
che non conosco. Óikos
dicono qui oltre la tomba
che ci siamo voluti, come qualcosa
per confinarci più che all’interno: ancora
produrre la malattia delle impronte… . ……
nulla di barbaro o sintetico
al di qua della soglia chi è… chi è
che bussa?…… – se il bussare è sempre
lo stesso alla soglia, al sintomo,
all’osso ridotto all’osso
in qualche lingua.
*
Mi avevi promesso. Stasi.
Oltre metà settembre e presto
non sarò già stato. Sei più che mese
era – questo sì
ritorno da cui non stai tornando
settembre – ab origine
giuro ogni peso dello strascico.
Tradução de Victor Oliveira Mateus