A Verdade, o Bem e a Beleza
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(Conferência de Roger Scruton na Wheatley Institution)
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Obviamente a arte é uma fonte de exemplos morais, mas as obras de arte não
apresentam meramente o exemplo. Há muitos factores que nos levam a esboçar
ideias de bons e maus comportamentos, e isso coloca-nos numa posição de
julgamento. Menciono o retrato que Henry James faz de Isabelle Archer em
“Retrato de uma senhora”, onde ele apresenta uma boa mulher que também é
ingénua e explorada por um homem esperto e malvado. James não julga essas
personagens, ele coloca-nos numa posição e fazermos nós um julgamento, e fazemos
esse julgamento pelos olhos dela, o leitor vem gradualmente a entender a sua
situação, quando ela também a entende. Isso é arte de verdade! O escritor Henry
James nunca diz nada! Ele apenas vos faz pensar, mas pensarem por vós mesmos.
Isto pode ter um valor moral especial: ao invés de se dizer o que,
pessoalmente, pensa, faz vocês pensarem sozinhos, de modo que seja um curso de
educação das emoções que ele direciona para vocês. Tudo parece bastante
plausível para a ficção e para a arte representável, mas… e a arte abstrata? As
pessoas pensam que a arte abstrata, a arte que não tem conteúdo
representacional também pode ter algum tipo de valor moral, isso é o que
Beethoven dizia acerca da “Missa Solemnis”, e o que muitas pessoas dizem sobre
a música em geral, que está dizendo algo sobre as nossas emoções, levando-nos a
sentir em segunda mão, por assim dizer, quais são essas emoções: existe uma
espécie de educação emocional também, mas existem problemas reais… : o que
acontece quando nos encontramos com uma obra de arte que representa vícios, mas
esteticamente de forma a tornar o vício atrativo? Tomo aqui o exemplo de
“Salomé”: a história da filha de Heródias que dançava diante do rei; ela
cobiçou a cabeça de João Baptista, talvez porque a mãe a tivesse incentivado e,
finalmente, persuadiu o rei a dar-lhe, por outras palavras, ela persuadiu o rei
a matar o profeta, que ele estava relutante em matar por causa da sua
manifestação de santidade, isto foi apresentado numa peça de teatro por Óscar
Wilde, uma peça bastante inteligente e foi depois transformado em música por
Richard Strauss. A sua música está repleta de uma lascívia perturbadora, mas é
muito bonita e sedutora, esse tipo de música traz vocês para o lado de Salomé,
vocês sentem, de alguma forma, que ela está no aperto de uma sensação com a
qual não pode lidar, ela tem que o fazer, mas como apresentada por Óscar Wilde
e por Strauss, Salomé vai, grosseiramente, e segura na cabeça decepada e
beija-a de uma maneira inaceitável. A maioria das pessoas sentiria que isso era
ir longe de mais, esta ópera teve um pouco de dificuldade nos seus primeiros
tempos de existência, mas hoje faz parte do reportório, e, no entanto, parece
ter uma espécie de prazer macabro no comportamento pervertido, e a música
parece colocar esse comportamento numa espécie de luz encantadora, pois a
música está-nos atraindo o tempo todo. Vocês encontram coisas semelhantes em
outras obras de arte de meados do século XIX: a arte que resgata o mal,
fazendo-o parecer bonito: “Flores do Mal” de Baudelaire é um outro exemplo
disto, ele toma os excessos e as degenerações da vida numa cidade moderna e
procura em significado que está escondido dentro dela, ele faz isso através de
imagens incrivelmente poderosas e pela beleza da forma dos versos, que fazem
parecer que existe um significado espiritual por trás de tudo isso que o
redime; o espiritual é revelado, mesmo que o que é descrito negue a
possibilidade desse espiritual, é como se ao negar nas coisas do jeito certo
pudéssemos afirmá-las. Eu acho que é o que próprio Baudelaire pensou, e muitas
vezes as pessoas o descreveram como um poeta cristão precisamente por isso, ele
resgata do coração da corrupção e do desespero aquele pequeno gérmen da pureza
espiritual que está na imagem do seu verso e que nós pegamos, e então crescemos
dentro de nós, não tenho a certeza se isso é verdade, mas é um pensamento
interessante. Em Shakespeare há muita maldade no personagem Iago do “Otelo” e
também em Macbeth, que é um homem malvado que duvida de si mesmo, mas é franco.
Shakespeare não espera que vocês estejam do seu lado, de forma alguma, ele não
faz deles uma Salomé, embora em certo ponto haja muita simpatia por Macbeth. O
Satanás de Milton no “Paraíso Perdido” é outro exemplo muito importante de uma
personagem maligna que é muito retratado pelo verso, o verso é tão poderoso que
vocês não podem deixar de estar do seu lado, o seu orgulho ferido é algo com
que vocês se identificam imediatamente e vocês veem também que há uma espécie
de nobreza nisto. Isto é o que o verso consegue, este versejar é imoral,
contudo, vai trazendo vocês para o lado de Satanás; Blake, nas suas ilustrações
para o “Paraíso Perdido”, parece pensar em tudo isto. Ainda existem outros
exemplos: Claggat, o Bosum no canto “Billy Budd” de Herman Melville
sensualizado e transformado numa brilhante ópera de Benjamin Britten, há também
Dimitri dos “Irmãos Karamazov” de Dostoievski, o que pensamos acerca deles?
Este último está apenas confuso ou estamos de novo no mundo de uma personagem
que é incapaz de fazer juízos morais acerca de si mesmo? Estaremos talvez nós
confusos acerca de tudo isto para podermos fazer esses julgamentos? Uma das
questões que surgirão é: qual a distinção entre arte moral e arte moralizadora?
Este quadro que estamos a ver agora é uma peça da arte revolucionária russa da
revolução de 1917, que é manifestamente moralizante (mostra um grupo de homens
puxando com sofrimento, na praia, um barco com cordas), está dizendo que estas
pessoas são obviamente maltratadas, está dizendo qualquer coisa que ajude a
entender estes maus tratos ou a assumir uma posição frente a isso ou é como um
canto moral apenas ilustrado por outra coisa? Muitas pessoas acham que a arte
não deve moralizar tão diretamente quanto isto, que é muito cru. Deve ser mais
como “O retrato de uma senhora” de Henry James, devendo ser vocês a fazerem a moralização
em vez de falar a própria obra de moralização, colocando, como Óscar Wilde, os
valores estéticos primeiro. Quero falar agora um pouco sobre a Beleza…
Wilde disse: “Em questões de grande importância, estilo, não a sinceridade, é o que conta”., e ele viveu a sua vida, ou pelo menos fingiu que viveu, como se isso fosse o seu princípio orientador: ser elegante e ignorar todos aqueles valores mais simples e antiquados que impedem isso, mas nas suas obras de arte ele não pensou nisso. Posicionar os valores estéticos e, ou pode ser um tipo de imoralismo, Osmond, que é o marido de Isabelle Archer em “Retrato de uma senhora”, é alguém que coloca realmente os valores estéticos primeiro e o seu deleite em colecionar coisas bonitas e viver esse modo de vida estético levam-no a uma grande necessidade pecuniária: ele precisa de dinheiro, e ela tem dinheiro, então ele casa-se com ela para obter o dinheiro, e também para a colecionar, pois ela é igualmente bonita, mas não a ama; Óscar Wilde faz uma versão um pouco mais grosseira da mesma ideia no personagem de Lord Henry Wottom em “O retrato de Dorian Gray”; há dois lados para a experiência estética: há o tipo de lado da apreciação e o lado exploratório; apreciar uma bela obra de arte ou uma música sublime é algo que vocês podem fazer sem necessariamente explorar as profundezas do coração humano, mesmo que a obra de arte vos toque, talvez esse tipo de esteticismo signifique esquecer a dimensão cognitiva dos prazeres sensoriais, pois não são apenas prazeres no modo como vocês experimentam as coisas, eles são também direcionados para uma dada visão do mundo, cada um desses objetivos de que falei: a verdade, a bondade, a beleza são importantes, porque eles são o que vocês estão focando, mas eles parecem reduzir a própria arte para um meio inadequado, parecem deixar de lado a dimensão estética, somente quando combinados numa unidade esses valores, o tipo de verdade, o tipo de Bondade de que a Beleza é o sinal que marca o caminho para a arte, então, se a Beleza é a maneira pela qual a Verdade é apresentada, a forma como o Bem vem à nossa consciência, então, parece que temos algo como uma descrição do valor da arte. Há também aqui uma questão sobre o significado e a forma: o significado de uma obra de arte, e isso remonta a Baumgarten (Alexander Gottlieb Baumgarten, 1714-1762), encontra-se na forma e não é realmente separável dela, se vocês tentarem traduzir um poema em prosa linear, digam o que significará dar o seu equivalente em linguagem simples, então, vocês perderão o significado, o significado não é apenas o que diz, ele também reside na forma e não é separável disso, isto é um pouco como a religião e a Verdade revelada: em muitas religiões há uma promessa de outra manira de ver o mundo: aquilo a que podemos chamara a perspetiva de Deus, não é só que existam doutrinas teológicas tais como: Deus existe, Cristo é filho de Deus, etc., etc., embora estas sejam importantes para a religião cristã, há também a Verdade revelada, que é quando vocês acreditam sobre certas coisas e de repente vocês veem o mundo de outra maneira, como se fosse da perspetiva de Deus, possivelmente, nessas circunstâncias, a forma do idioma em que vocês estão estudando o texto sagrado, por exemplo, é muito importante, assim como na poesia. É por isso que esses grandes textos foram preservados, não apenas pelo que dizem, mas pela maneira como o dizem, e, novamente, na religião como na arte, a repetição é muito importante. Vocês repetem uma oração todas as semanas, e se alguém vos dissesse: “Que perda de tempo, você já disse isso uma vez, por que dizê-lo novamente? Você já sabe o que isso significa, conhece as palavras, mas isso é sobre o quê?”. Ora, vocês sabem que a oração é para vos colocar de volta na relação com Deus da qual vocês estão sempre a escorregar, portanto, pede repetição, e há, portanto, verdades, que devem ser repetidas para serem possuídas, para que vocês saibam exatamente como sentir algo e como sentir o mundo em redor, é que vocês poderão sentir que sofrem por um momento, mas logo perdem tudo no momento seguinte, e obtendo as palavras certas isso ajuda-vos a recapturarem o perdido. Essa ideia da verdade revelada que vem até vós através da repetição, como no caso da oração, é um pouco como a experiência estética como a tenho vindo a descrever, talvez este seja até uma versão secular da Verdade revelada, era o que pensavam pessoas como Nietzsche e Wagner, eles foram mesmo mais longe e pensaram que em termos de verdade, a arte poderia ser um substituto da religião: temos a arte, como diz Nietzsche, para não morrer de desespero: a arte ainda permanece, mesmo quando perdemos a fé. Finalmente, alguns pensamentos sobre os valores intrínsecos da arte. Poesia, peças e pintura apresentam mundos imaginários, a arte representativa dá-nos uma abertura para o mundo da imaginação e todos salvam o assunto de uma conceção meramente instrumental do seu significado, as coisas retratadas na arte não são retratadas como úteis, são retratadas como interessantes em si, elas são salvas da instrumentalidade, é por isso que cada alusão é importante; a imagem é uma destilação da coisa apresentada, a poesia e a pintura funcionam da mesma maneira, aqui está uma paisagem da Van Gogh (e mostra uma imagem!) que todos provavelmente conhecem. As pinceladas aqui impregnam a paisagem com uma consciência observadora, são marcas do ser moral para quem isto não é uma coisa, mas uma visão, para absorver isto vocês reconhecem que é um caminho muito longo, um caminho num capo de trigo com um bando de corvos voando por cima, isto não parece realista, mas de alguma forma tem um poder que não teria se fosse totalmente realista, porque as pinceladas do pintor impregnam-se naquelas paisagens com a sua própria alma, é como se a imaginação do pintor tivesse retrabalhado a coisa que ele está a pintar, para que não seja apenas essa coisa. Isso é também destilado na sua própria consciência, na imaginação estamos pensando em coisas ausentes e inexistentes, mas a consciência envolvida é criadora do seu próprio objeto, como naquele caso de Van Gogh, a imaginação é algo que podemos querer: posso pedir que vocês imaginem algumas coisas, posso dizer: “Imaginem um campo de trigo, vocês não podem imaginar como Van Gogh fez, mas, no entanto, vocês irão imaginar em obediência a essa ordem, e isso é interessante. Pela imaginação trazemos coisas distantes em estreita relação umas com as outras, é isso que fazemos nas figuras da linguagem e na poesia. Estamos trazendo as coisas em relação umas com as outras, as pinceladas na pintura trazem uma ação humana em relação a uma paisagem, esses mundos imaginários que criamos podem nos atingir como verdadeiros ou falsos, e eu quero contrastar este Van Gogh com uma pintura de Kinkade (mostra um quadro desse pintor!), esta é uma das duas visões do paraíso; ele é um pintor controversos: Van Gogh morreu na pobreza, Kinkade morreu deixando 53 milhões de dólares, morreu numa bebedeira, acho que cada um em dez americanos tem um Kinkade sobre a lareira, porque é uma coisa que acalma; para algumas pessoas está é uma certa visão do que a pintura deve ser, é muito mais verdadeira para a aparência das coisas do que um Van Gogh, mas aqui surge uma dúvida acerca disso. E qual é? Muitas pessoas diriam que há uma falsificação por trás desta pintura, eu não quero julgar isso, direi apenas algumas coisas acerca desse assunto: por que razão isto ataca tantas pessoas como falso?, pois num sentido é mais verdadeiro do que Van Gogh, está mais perto da maneira como as coisas realmente se parecem. mas a falsificação, se existe, é a falsificação do observador e não do observado: mostra um mundo apresentado através de um véu de sentimento de autoglorificação, isto é o que o crítico diria. Ele diz que vocês são boas pessoas e que nenhum esforço adicional deve ser feito. Van Gogh não vos está dizendo nada disto, ele está a dizer que a vida é difícil, e que vocês precisam de se esforçar, até mesmo para ver isso, ele diz que é necessário fazer mais esforços, e esse significado reside nas formas e nas cores: há tons pastelados manchados sobre a paisagem como uma doença. Está certo? Vou deixar-vos a pensar. Mas isso leva-nos de volta ao paralelismo entre arte e religião. A religião fornece-nos a verdade, mão não é apenas uma verdade direta ou literal sobre como o mundo é. Há histórias e outros tipos de coisas em que acreditamos, mas há uma dimensão muito mais importante para isso; uma verdade espiritual diz-nos como as coisas realmente são ara nós e qual é a nossa posição no mundo das relações e emoções humanas. Na religião, reconhecemos que não há redenção através da falsidade e o mesmo parece ser verdade para a arte, é o que nos estão a dizer estas duas imagens, penso eu, levam-nos a supor: a arte também tem o seu próprio modo de apresentar a verdade espiritual das coisas, e se ela falsificar não produz o tipo de consolação redentora que procuramos, isso pode explicar a tristeza nas obras de arte, isso pode explicar o poder da tragédia. Na tragédia vocês vão às profundezas, mas vocês encontram uma espécie de resgate lá, somente se vocês forem para essas profundezas, no entanto, vocês serão resgatados; apreciar a tristeza por si só, em apenas uma sensação sentimental fingida de pesar não vai ajudar, mas, na verdade, indo ao encontro da mortalidade e do que isso significa, como numa verdadeira tragédia, talvez seja uma ajuda, talvez isso nos leve a um ponto em que possamos aprender algo que precisamos aprender, e aprender nos nossos corações e nas nossas emoções a suportar isso, talvez seja por isso que queremos ir às tragédias de novo, e de novo, então, a arte certamente não nos ajudará se perdemos a visão do que somos e do que precisamos, e nós reconhecermos que há uma distinção entre a emoção verdadeira e a falsa. A falsa emoção é sempre quando o “eu” eclipsa o “tu”. O amor mais real é sobre o “tu”, o “outro”; o amor sentimental finge ser sobre o “tu”, mas na verdade é sobre “mim”, eu sentindo essa coisas maravilhosa e mostrando assim a minha distinção moral, encontramos este tipo de sentimentalismo na arte e também encontramos arte que desafia esse sentimentalismo: Yhomas Kinkade é tudo sobre o “eu” sendo uma pessoa admirável, enquanto Van Gogh é tudo sobre o que o “tu” parece para ele, mesmo num campo de trigo – porque, é claro, esse é Deus que lhe está aparecendo – quando volto ao que disse sobre Henry James, lembrem-se que a arte real não julga, ela abre o mundo para o julgamento e inspira esse julgamento em nós. Queria terminar com alguns exemplos difíceis: em “Os irmãos Karamazov”, outro livro que vocês conhecerão, Dostoievski não julga, ele convida-nos a julgar em seu lugar, mas o que ele nos convida a julgar é uma comunidade inteira de pessoas que não julgam, mas apenas o fazem da maneira mais horrível: este é um livro muito desafiador. Dickens em “The old curiosity shop”, a morte da pequena Nell colocada com uma espátula, ele tenta fazer-nos chorar pela morte dessa pequena garota inocente, que perdoa a todos por morrer antes do seu tempo, e não é apenas irreal e implausível, mas também um sentimentalismo exagerado, Óscar Wilde disse sobre isso: “Um deve ter um coração de pedra, para não rir da morte da pequena Nell”, este é um modo brilhante de resumir; Salomé, no entanto, é uma realização na forma imaginada de um estado de espírito sombrio, um estado de espírito realmente horrível, mas realizado sem qualquer julgamento negativo, esse é grande problema, esta é música dum poder sublime que simplesmente passou a ser aplicada a esta situação horrível. Strauss conseguiu isso, ele disse: “Se vocês e desse um horário ferroviário, eu configuraria a mais bonita música”. Isto é uma falha? Novamente, apenas para concluir, para vocês compararem dois retratos da crucificação: de Grunewald, o famoso Isenheim Altar Piece na Alemanha, um retrato hiper-realista do horror da crucificação de modo que ninguém pode dizer que está negando a realidade ou que ele se está afastando ou falsificando. Não há falsificação, mas de alguma forma, deixa vocês sem esperança, é como se fosse realmente isto: a morte e a destruição de uma pessoa. No caso de Tintoretto vocês veem a sequência mais extraordinária de eventos que, na verdade, não apenas da ressurreição de Cristo, mas a redenção da humanidade é predita em todosos detalhes da pintura e, portanto, não é uma pintura horrível, mas uma consoladora, e uma na qual vocês veem exatamente por que Cristo teve que ser sacrificado. Em Grunewald, vocês não sabem por que é, é apenas mais um acidente inexplicável e horrível da vida humana degenerada. Estes são dois exemplos em que vocês podem pensar. Acho que continuei agora por tempo suficiente. Peço-vos algumas perguntas. Obrigado.
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