quinta-feira, 16 de maio de 2019


            Eis que chega a Inês


Ora agora jogas tu
Ora agora jogo eu
Ora agora jogas tu
Ora agora jogo eu.

Vezes sem conta
Repetem estas palavras
Enquanto jogam às cartas
E bebem minis
Debaixo de um toldo vermelho
Numa praia do Sul.

Talvez sejam do Porto
Dizem uns
Talvez sejam de Braga
Dizem outros
Eu acrescento:
Talvez sejam portugueses

E eis que chega a Inês
A comer uma bola de Berlim.

O poema acaba assim.


   Alves, Izidro. A sombra da mão. Lisboa: palavras escritas, 2018, p 43.
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