sábado, 6 de abril de 2024



são arredios os momentos em que te encontro
os cílios das portadas impedem-me o absinto da timidez.
curvo-me sobre o jasmineiro com a grafia de um cisne
a sombrear uma jazida de água. o pórtico da cameleira
inverte o ondular dos passos pela casa. encontro-te
no degelo do assoalho no pêndulo do lampadário
que se funde. encontro-te a sós com as mãos a tactearem
alguém que se ilumina por detrás do escuro.
.
.
.
  Miguel Alexandre Marquez. Miserere. Coimbra: do lado esquerdo, 2023, p 30.
.
.
.
.
.